
Apoio de Nicole Kidman às diretoras: um olhar mais atento
Em 2017, a renomada atriz Nicole Kidman fez uma promessa significativa de defender diretoras na indústria cinematográfica. Durante sua entrevista com o Deadline, ela comentou: “Estou em um lugar, nesta fase da minha vida, onde posso apoiar diretoras repetidamente.É uma escolha muito consciente.” Kidman ressaltou sua intenção de buscar ativamente colaborações com criadoras, enfatizando a importância do apoio sustentado em uma indústria frequentemente criticada por suas disparidades de gênero.
Desde que assumiu esse compromisso, Kidman colaborou de forma impressionante com 19 diretoras nos últimos oito anos, demonstrando sua dedicação em promover as vozes femininas no cinema. Esse compromisso atraiu atenção renovada após sua recente conversa com a revista Time, onde foi homenageada como uma das Mulheres do Ano. Nessa discussão, Kidman destacou o escrutínio mais severo que os filmes dirigidos por mulheres enfrentam em Hollywood, observando: “Filmes feitos por mulheres precisam ser perfeitos ou enfrentarão o julgamento da indústria cinematográfica dominada por homens”.Ela argumentou apaixonadamente que a mudança só pode ocorrer se as cineastas tiverem oportunidades de dirigir filmes.
Embora a conversa em torno da postura impactante de Kidman seja predominantemente positiva, ela também gerou uma comparação desnecessária com a colega atriz Natalie Portman. Em 2020, Portman causou impacto no Oscar ao usar um vestido que trazia os nomes de diretoras que foram esquecidas nas indicações. No entanto, essa declaração ousada foi recebida com críticas, sendo rotulada como “performativa”.Desde então, Portman é frequentemente mencionada em discussões que celebram as conquistas de Kidman, com alguns comentaristas questionando seu verdadeiro comprometimento com diretoras. Esse escrutínio levou a debates em comunidades online, como no Fauxmoi do Reddit, sobre as escolhas de Portman em relação às colaborações.
Os críticos frequentemente propõem que a produtora de Portman, MountainA, não prioriza a contratação de diretoras. No entanto, essa noção é enganosa. A MountainA produziu três filmes, dois dos quais foram dirigidos por mulheres: o documentário Angel City, dirigido por Arlene Nelson, e Lady in the Lake, estrelando Portman e dirigido por Alma Har’el. Além disso, o próximo projeto de Portman, The Gallerist, será dirigido por Cathy Yan, dissipando ainda mais o mito em torno de seu comprometimento.
Também é crucial reconhecer a diferença no volume de filmografia entre Kidman e Portman. Embora ambas as atrizes sejam imensamente talentosas, Kidman teve uma produção mais prolífica nos últimos anos. Suas circunstâncias pessoais também podem desempenhar um papel significativo na formação de suas escolhas de projeto. Portanto, trazer Portman para a conversa ao discutir as realizações notáveis de Kidman parece injustificado, especialmente porque as duas atrizes são conhecidas por serem amigas.
É importante lembrar que Kidman não está sozinha em sua iniciativa de trabalhar com cineastas mulheres. A atriz Gugu Mbatha-Raw também fez esforços concentrados nessa área, colaborando com diretoras em muitos projetos significativos, incluindo Belle, Beyond the Lights, Jupiter Ascending e A Wrinkle in Time. Seu histórico demonstra uma parceria quase igual de diretores homens e mulheres, mostrando que várias atrizes estão comprometidas em mudar o cenário de Hollywood.
O papel de Kidman é de fato louvável; no entanto, na busca pela igualdade de gênero no cinema, é vital elevar todas as mulheres em vez de criar competição. Apoiar as realizações de uma atriz não significa necessariamente minar as contribuições de outra.À medida que a discussão sobre os papéis das mulheres em Hollywood evolui, vamos almejar a colaboração e o crescimento coletivo.
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