
Aumento do escrutínio regulatório sobre o Google em 2023
Este ano, os reguladores estão tomando medidas decisivas contra o Google, demonstrando uma clara intenção de remodelar o cenário tecnológico. Em abril, o Japão iniciou um processo formal contra a gigante da tecnologia, acusando-a de coagir fabricantes a pré-instalar seus aplicativos de busca e navegação em dispositivos Android. Esse escrutínio se intensificou à medida que a Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA) do Reino Unido intervém com seu próprio conjunto de propostas ambiciosas com o objetivo de alterar a experiência do usuário com os serviços do Google.
Novas iniciativas de escolha do usuário no Reino Unido
O principal objetivo da CMA é capacitar os usuários no Reino Unido a selecionar seu mecanismo de busca preferido. Essa iniciativa se materializaria por meio da introdução de “telas de escolha”, que seriam exibidas na primeira vez que os usuários iniciassem o navegador Chrome ou usassem um dispositivo Android. Essas telas ofereceriam uma variedade de opções de mecanismos de busca, potencialmente se estendendo a assistentes baseados em IA, como o ChatGPT, que poderiam permitir que os usuários abandonassem as configurações padrão do Google.
Status estratégico de mercado para o Google
Para facilitar essas mudanças, a CMA pretende designar o Google com um “status estratégico de mercado”, concedendo à agência maior autoridade para aplicar modificações operacionais específicas. Esta proposta decorre das novas regulamentações do mercado digital, que visam coibir o domínio das grandes empresas de tecnologia. A decisão da CMA sobre o reconhecimento oficial do status estratégico do Google está prevista para 13 de outubro, marcando um momento crucial nos desenvolvimentos regulatórios em andamento.
Implicações mais amplas nos Estados Unidos
Enquanto o Reino Unido intensifica sua atuação regulatória, a situação nos Estados Unidos é ainda mais complexa. O Google enfrenta a perspectiva de vender seu navegador Chrome após uma decisão judicial crucial sobre práticas antitruste. Tal resultado, sem dúvida, interessaria à OpenAI, já que os executivos da empresa demonstraram disposição em adquirir o Chrome caso ele se torne disponível.
Outras mudanças regulatórias propostas pela CMA
Além de abordar a questão da escolha do usuário, a CMA defende reformas adicionais, condicionadas à aprovação de seu status estratégico para o Google. As principais propostas incluem:
- Garantir classificações de pesquisa justas que não prejudiquem indevidamente os concorrentes.
- Aumentar a transparência e o controle para editores de notícias sobre como seu conteúdo é utilizado pelo Google para treinar modelos de IA e gerar resumos de pesquisa.
- Estabelecer regulamentações que permitam aos usuários transferir facilmente seus dados pessoais, incluindo histórico de pesquisa, para outros provedores de serviços, se assim o desejarem.
Resposta do Google à pressão regulatória
Conforme relatado pela AP News, o Google reconhece o anúncio da CMA como um desafio significativo para suas operações no Reino Unido. Oliver Bethell, um dos diretores de concorrência do Google, sugeriu que regulamentações tão rigorosas poderiam levar a atrasos no lançamento de novos produtos e recursos na região.
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