
Parthenope é um filme que pode agradar a um público seletivo, evitando deliberadamente a narrativa convencional. Criada pelo talentoso Paolo Sorrentino, esta narrativa italiana de amadurecimento explora a jornada de vida de seu protagonista em vários estágios cruciais. A personagem, Parthenope (interpretada por Celeste Dalla Porta), vagueia por momentos de indecisão e autodescoberta, muitas vezes vagando pelos testes da vida adulta enquanto luta com as repercussões de suas escolhas. Sua personagem exemplifica uma mistura de curiosidade e melancolia enquanto ela navega pelas complexidades da vida.
Ambientado ao longo de várias décadas, o filme se concentra intrincadamente nos anos mais formativos de Parthenope, particularmente seus vinte e trinta anos, antes de vislumbrar sua aposentadoria, retratada pela experiente Stefania Sandrelli. A narrativa mergulha os espectadores em sua juventude, destacando a excitação e as possibilidades ilimitadas de sua vida inicial. A beleza física de Parthenope é um tema constante, provocando admiração e comentários, enfatizando o papel que desempenha em sua identidade.
Parthenope: Desvendando Camadas Mais Profundas Abaixo da Superfície





Embora alguns possam rejeitar o filme como superficial, ele transcende seus visuais aparentemente glamurosos e momentos absurdos, como a revelação inesperada sobre o filho do Professor Marotta (interpretado por Silvio Orlando).Em sua essência, Parthenope conta a história pungente de uma mulher confrontando a passagem implacável do tempo e o domínio elusivo da vida. A narrativa do filme se desenrola com um ritmo lânguido, espelhando a dualidade do tempo — fugaz e dolorosamente lento.
Em muitos aspectos, juventude e beleza surgem como adversários para Parthenope, já que as expectativas dos outros ecoam implacavelmente. Um personagem até a encoraja a seguir carreira de atriz, afirmando que ela possui a aparência necessária. Apesar de seus esforços, frequentando aulas de atuação com Flora Malva (Isabella Ferrari), uma atriz aposentada com suas próprias cicatrizes da obsessão da indústria com o fascínio, Parthenope vê suas aspirações frustradas — seus olhos considerados “muito opacos”, ofuscando seu exterior atraente.
O filme retrata artisticamente o papel de Parthenope como observadora e participante, destacando sua luta com a tragédia e o paradoxo das perspectivas dos outros. Enquanto ela ocasionalmente se apoia em sua beleza, ela também busca segurança além da superficialidade, tecendo sua vida no vibrante cenário de Nápoles — uma cidade que reflete sua própria inquietação e incerteza.
Parthenope: Uma obra-prima visual com uma mensagem profunda
Assista ao trailer
Ao longo do filme, os espectadores ressoarão com um tema abrangente: o sentimento universal de estar à deriva. A exploração de Sorrentino das escolhas feitas e desfeitas, junto com as distrações que obscurecem nossos desejos, atrai o público para a jornada psicológica de Parthenope. Sua personagem incorpora um senso de confusão sobre seu papel no mundo, culminando em uma reflexão retrospectiva sobre uma vida vivida — ainda que não totalmente apreendida.
Apesar do seu ritmo indulgente, Parthenope não pode ser rotulado como vazio. Ele convida tanto à frustração quanto à intriga, obrigando o público a permanecer investido na história de Parthenope, mesmo durante seus segmentos mais vagarosos e estranhos.
A cinematografia impressionante de Daria D’Antonio captura a beleza encantadora de Nápoles, apresentando tomadas longas e contemplativas de Partenope olhando para o oceano ou observando banhistas. Essa escolha artística acentua o tema da insignificância em um mundo vasto, embora a câmera persistente ocasionalmente desafie os espectadores a ponderar o significado dos elementos estranhos e surreais retratados.
Parthenope é um filme sensual e visualmente cativante que, em última análise, transmite sua mensagem — um comentário sobre a experiência humana. Ao refletir sobre as implicações de desafiar as expectativas sociais, o filme levanta uma questão instigante sobre o que significa quando se transcende as limitações da beleza. A jornada vale a pena, revelando profundidades de caráter em meio ao glamour da superfície.
Deixe um comentário