
Paddington no Peru: Um novo capítulo para o amado urso
Atualmente enfeitando os cinemas do Reino Unido, Paddington no Peru , ou Paddington 3, convida o público a se juntar ao nosso urso favorito em mais uma jornada deliciosa. No entanto, aqueles familiarizados com os dois primeiros filmes podem estar se perguntando: esta nova parcela está à altura? Infelizmente, a resposta é um pouco decepcionante. Embora ofereça bastante diversão, não captura o brilho de seus antecessores.
Uma viagem ao Peru
Nesta última aventura, Paddington parte das ruas familiares de Londres para explorar sua terra natal, o Peru. A história gira em torno de sua busca para localizar sua tia desaparecida Lucy, com a sempre solidária família Brown o acompanhando. O filme atende a públicos de todas as idades, mas carece significativamente de um componente vital que caracterizou os filmes anteriores: um exame crítico dos sentimentos anti-imigração britânicos.
O significado da identidade de Paddington
Em sua essência, Paddington é muito mais do que um personagem cativante; ele personifica as lutas de imigrantes e refugiados. Michael Bond, o criador de Paddington, se inspirou em suas experiências durante a Segunda Guerra Mundial, quando testemunhou a chegada de crianças judias escapando dos nazistas e crianças britânicas sendo evacuadas de cidades ameaçadas de bombas. Essas memórias, juntamente com as frustrações de Bond sobre a discriminação enfrentada pelos refugiados, inspiraram a criação de Paddington.
A essência dessa narrativa é sutilmente tecida no primeiro filme por meio do Sr. Gruber, interpretado por Jim Broadbent, que relata suas próprias experiências com o Kindertransport, lançando luz sobre os desafios de construir uma nova vida como imigrante.
Crítica da Sociedade Moderna
Além de refletir sobre o passado, os dois primeiros filmes criticam corajosamente questões sociais contemporâneas. Isso é efetivamente ilustrado pelo Sr. Curry (interpretado por Peter Capaldi), o vizinho rabugento de Paddington. Em seu primeiro encontro, o Sr. Curry faz um comentário desconcertante sobre a “música alta da selva” de Paddington, que pode ser percebida como uma sutil alfinetada na cultura negra na Grã-Bretanha.
Neste contexto, Paddington simboliza várias comunidades marginalizadas no Reino Unido, provocando pensamentos sobre xenofobia e racismo presentes na sociedade de hoje. O papel do Sr. Curry é ainda mais enfatizado em Paddington 2 quando, após Paddington escapar da prisão, o Sr. Curry proclama ter “elevado o nível de pânico da vizinhança para ‘histeria selvagem’”. Este momento ressalta os medos irracionais em torno dos imigrantes, que, como Paddington, não representam nenhuma ameaça real.
A peça que faltava em Paddington no Peru
Uma ausência notável em Paddington no Peru é o personagem do Sr. Curry. Sua falta de presença prejudica a capacidade do filme de abordar essas críticas sociais. Enquanto o filme desvia o foco dessa narrativa, sua omissão deixa uma lacuna clara na mensagem geral. A essência de Paddington como personagem é promover gentileza e compaixão para com estranhos, uma lição que ressoa especialmente na Grã-Bretanha pós-Brexit de hoje.
Olhando para a frente
Os fãs nos EUA terão que esperar um pouco mais, já que Paddington no Peru está previsto para estrear nos cinemas americanos no Dia dos Namorados de 2025.
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