O diretor de Kingdom Come: Deliverance 2 faz uma crítica ousada a The Outer Worlds 2, da Obsidian.
Em uma atitude rara na indústria de jogos, Daniel Vávra, diretor de Kingdom Come: Deliverance 2, expressou publicamente suas críticas ao mais recente lançamento da Obsidian Entertainment, The Outer Worlds 2. O comentário surgiu em sua conta no The X, onde Vávra atribuiu ao jogo uma nota 7 de 10. Suas observações mais incisivas focaram na incapacidade da Obsidian de inovar nos últimos 15 anos, especialmente considerando sua aquisição pela Microsoft em novembro de 2018.
Estagnação apesar do apoio financeiro
Vávra lamentou que, apesar dos recursos proporcionados pelo “dinheiro da Microsoft” e pelos avanços tecnológicos, a Obsidian não tenha introduzido nenhuma mecânica de jogo nova que se desviasse significativamente das fórmulas já consagradas. Ele citou particularmente Fallout: New Vegas, um de seus jogos favoritos de todos os tempos, como um marco de inovação que a Obsidian aparentemente não conseguiu igualar desde o seu lançamento.
Terminei.7/10. Mas o que me entristece é que a empresa e as pessoas que nos deram um dos meus jogos favoritos de todos os tempos (Fallout: New Vegas) não conseguiram, mesmo depois de 15 anos e com todo o dinheiro da Microsoft e os mais recentes avanços tecnológicos, criar uma única mecânica de jogo nova que pudesse levar essa fórmula comprovada, porém antiga, para um novo patamar. Alguém consegue pensar em alguma mecânica de jogo nova em The Outer Worlds que não estivesse presente em Deus Ex ou nos jogos Fallout originais há mais de 25 anos? Infelizmente, eu não consigo. Quero um mundo vivo e simulado! Verdadeira não-linearidade! Quero algo mais do que caixas de itens, poços de manutenção, telas de carregamento e repetição de níveis em um mundo estático e roteirizado.
Uma resposta às críticas
Em resposta a um seguidor que afirmou que Kingdom Come: Deliverance 2 carece de mecânicas inovadoras, Vávra defendeu seu jogo destacando a simulação de inúmeros NPCs e suas ações diárias. Esse aspecto de fato diferencia KCD2, proporcionando um nível de detalhamento ausente em The Outer Worlds 2, onde os NPCs funcionam sem rotinas definidas e a intrusão do jogador em suas casas muitas vezes passa despercebida.
O desafio da inovação nos jogos
Embora um mundo ricamente simulado seja atraente, vale ressaltar que jogos como The Elder Scrolls IV: Oblivion incorporam elementos semelhantes desde 2006. Portanto, rotular KCD2 como puramente inovador com base nesse aspecto pode ser questionável.
Tendo terminado recentemente The Outer Worlds 2, compartilho algumas das críticas de Vávra ao jogo original, mas concordo com o crítico David Carcasole sobre as melhorias presentes na sequência. Embora não introduza mecânicas revolucionárias, o jogo amplia significativamente as opções do jogador, o que aumenta tanto a profundidade do RPG quanto a rejogabilidade.
Refletindo sobre o futuro dos RPGs
Inovar no universo dos jogos é inegavelmente um desafio. Jogos como Clair Obscur: Expedition 33 tentaram mesclar combate por turnos com elementos em tempo real, mas é discutível se títulos como Baldur’s Gate 3 realmente inovaram ou simplesmente se destacaram na execução e apresentação de mecânicas já existentes.
Considerações finais
No fim das contas, criticar publicamente um colega desenvolvedor pode não ser a melhor escolha para conquistar a simpatia dos fãs. Mesmo assim, Kingdom Come: Deliverance 2 se destaca como um RPG louvável por si só. Com a expectativa crescendo para o lançamento da sua DLC final, Mysteria Ecclesiae, na próxima terça-feira, os jogadores também podem experimentar o jogo gratuitamente neste fim de semana para PC e Xbox, uma ótima oportunidade para quem está pensando em comprá-lo.
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