
O mercado de smartphones dobráveis atingiu um nível significativo de maturidade, com tendências emergindo de lançamentos recentes como o inovador Mate XT triplo da Huawei e as contribuições antecipadas da Samsung. Nesse cenário em evolução, a Apple parece pronta para finalmente lançar um iPhone dobrável. No entanto, a gigante da tecnologia precisa navegar em um cenário global de consumo que permanece amplamente ambivalente em relação a esse formato de dispositivo único, porém frágil.
Cresce a expectativa por um iPhone dobrável
No início de setembro, o Nikkei Asia noticiou as discussões da Apple com fornecedores sobre o estabelecimento de uma linha de produção de testes para seus próximos modelos dobráveis de iPhone. Especula-se que a produção em massa possa começar na Índia em 2026, com uma meta ambiciosa de produção de aproximadamente 95 milhões de unidades.
Conforme destacado anteriormente, a Apple tem como meta um aumento de 10% nas remessas de iPhone até 2026. A empresa conta com a demanda gerada pela nova variante dobrável para sustentar esse crescimento. Para contextualizar, a Apple vendeu cerca de 232 milhões de iPhones em 2024, e as previsões da IDC sugerem um crescimento projetado de 4% nas remessas para 2025, potencialmente atingindo 241 milhões de unidades. Portanto, atingir um crescimento de 10% em relação a esses números implicaria em aproximadamente 265 milhões de unidades enviadas no total, com o iPhone dobrável devendo contribuir com uma parcela modesta, porém significativa, desse aumento.
Em termos de design, o aguardado iPhone dobrável pode se assemelhar a dois iPhone Air conectados, criando uma unidade dobrável horizontalmente que mantém a sensação familiar de um iPhone tradicional quando fechado. Algumas fontes sugerem a possibilidade de integrar uma câmera sob a tela, embora o preço deste novo dispositivo deva começar em torno de US$ 2.000.
Desafios na demanda por smartphones dobráveis
Insights de um relatório recente da Canalys destacam os sucessos da Huawei no segmento de dobráveis, onde a empresa conquistou aproximadamente 48% da participação de mercado global no primeiro semestre de 2025. Apesar desse domínio, as remessas gerais de dispositivos dobráveis permaneceram abaixo de 20 milhões de unidades anualmente.

Além disso, uma pesquisa realizada pela Omdia com 5.000 entrevistados em mercados-chave — Brasil, China Continental, França, Índia e Estados Unidos — revelou que apenas 23% dos participantes já compraram um smartphone dobrável ou estão considerando adquiri-lo. De forma alarmante, 38% expressaram uma clara aversão ao formato dobrável. Esses dados representam um obstáculo significativo para a Apple, que se prepara para lançar seu próprio dispositivo dobrável.
No entanto, a Apple é conhecida por lançar produtos somente após um amplo refinamento. Um iPhone dobrável comercializado com sucesso poderia aumentar a conscientização e o interesse do público em tecnologias dobráveis, mesmo entre aqueles atualmente céticos.

Diante dessas tendências, a Canalys prevê um crescimento notável de 54% nas remessas de smartphones dobráveis até 2026. A concretização dessa projeção dependerá, em grande parte, das decisões estratégicas da Apple em relação ao design, marketing e posicionamento do seu iPhone dobrável.
Deixe um comentário