
O anúncio de Jodie Whittaker como a primeira Doutora mulher provocou uma resposta polarizada. Enquanto muitos fãs comemoraram a tão esperada diversificação da icônica série de ficção científica, outros expressaram descontentamento, descartando-a como um exemplo de “correção política”.Os comentários sexistas direcionados a Whittaker não eram apenas infundados, mas também emblemáticos de questões sociais mais profundas.
Quando Whittaker estreou seu mandato como Doutora em 2018, ela enfrentou imensa pressão; sua performance foi examinada não apenas como indivíduo, mas também como representante de mulheres em um papel tradicionalmente dominado por homens. Refletindo sobre essa experiência em uma entrevista recente com o The Times, ela comentou: “O Doutor de todos até então era um homem branco”, enfatizando o arquétipo rígido que ela estava desafiando.
Whittaker expressou abertamente sua apreensão, afirmando: “Se Peter [Capaldi] não tivesse sido bom como o Doutor, isso só teria refletido nele, enquanto eu senti que se eu não fosse muito boa nisso, eu teria estragado tudo para outros atores.” Isso ilustra as expectativas desproporcionais que as atrizes geralmente enfrentam em comparação com seus colegas homens.
Conforme a era de Whittaker progredia, a reação contra sua interpretação se intensificou. Alguns críticos apontaram falhas na escrita e na narrativa, redirecionando sua frustração para a atriz. Escolhas infelizes de enredo na série deixaram muitos fãs insatisfeitos, fornecendo um bode expiatório conveniente em Whittaker como a primeira Doutora.
Felizmente, Whittaker conseguiu filtrar boa parte da negatividade.“Tenho certeza de que as pessoas escreveram, ‘Eu odiei seu Doutor’, mas como eu vou ‘la la la’, tenho uma falsa noção de quem eu sou”, ela compartilhou com o The Times, refletindo sua mentalidade positiva em meio à adversidade.
Reavaliando o papel do médico
Uma crítica comum dirigida a Whittaker foi a noção de que seu papel prejudicou os meninos de terem um modelo masculino. O astro anterior de Doctor Who, Peter Davison, até ecoou esses sentimentos, ao compartilhar preocupações sobre uma potencial perda de figuras masculinas positivas na mídia infantil. Esse sentimento criou divisão dentro da comunidade de fãs, levando a respostas do colega Doctor Colin Baker, que desafiou o ponto de vista de Davison como “falando bobagem”.
Para aumentar o discurso irracional, um parlamentar conservador sugeriu controversamente que a representação de Whittaker estava ligada ao aumento das taxas de criminalidade entre os jovens. Nick Fletcher questionou ridiculamente se a decisão do elenco teve um papel em problemas comportamentais enfrentados por adolescentes, culpando um hipotético declínio em modelos masculinos.
Whittaker se opôs firmemente a tais narrativas, afirmando: “Nunca foi questionado que eu tinha que admirar os homens”.Ela enfatizou que a essência da Doutora não era ditada pelo gênero, afirmando que ela retratava uma forma de vida alienígena, e sua identidade não deveria diminuir sua capacidade como modelo.
As experiências de Whittaker destacam a luta contínua por igualdade e representação dentro do fandom de Doctor Who.À medida que seu mandato termina, há esperança de um ambiente mais favorável para futuras atrizes que assumem esse papel amado. A próxima mulher a encarnar o Doutor está, sem dúvida, lá fora, pronta para inspirar uma nova geração.
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