
Antecipar o retorno de Frank Castle foi uma jornada emocional para a qual me preparei, sabendo muito bem o impacto que isso teria em mim. A interpretação de Jon Bernthal de The Punisher encapsula um espectro profundo de dor, pesar, tristeza e raiva fervente, evidenciado por suas performances na 2ª temporada de Daredevil e sua própria série, agora se estendendo para Daredevil: Born Again.
Ah, como eu ansiava pela presença de Frank.
Frank Castle desempenha um papel fundamental no arco narrativo de Matt Murdock (interpretado por Charlie Cox).Suas ideologias contrastantes formam um intrigante relacionamento “amigo-inimigo”, marcado por tensão e conflito filosófico. Enquanto Matt tem fé inabalável no sistema de justiça criminal e uma bússola moral clara, Frank rejeitou completamente essa noção. Ele luta contra as tentações da justiça vigilante violenta, mas permanece firmemente oposto a tirar uma vida, demonstrando a turbulência interna que ele enfrenta. Essa luta se torna visivelmente intensa em Daredevil: Born Again Episode 2, em que oficiais corruptos o provocam para um confronto, resultando em um grito primitivo catártico que ressoa profundamente com a incerteza de seu personagem.
Em contraste gritante, a história de Frank é impregnada de tragédia, pois ele testemunhou o assassinato brutal de sua família durante um encontro criminoso desastroso. Essa perda alimenta sua busca incansável por vingança, pois ele opera na crença de que o sistema de justiça é inerentemente falho. A visão de mundo de Frank está enraizada na crença de que a verdadeira redenção é uma ilusão — ele acredita que Matt está simplesmente adiando o inevitável. Esse tema reverbera em seus diálogos em Daredevil: Born Again Episode 4, destacando seu choque ideológico.
Enfrentando a dor, a culpa e a raiva
Os métodos de Frank para lidar com a dor são decididamente não convencionais. Embora ele tenha recorrido à violência extrema, ele não se intimida em reconhecer suas cicatrizes emocionais. Em vez de relegar seus sentimentos à sua persona sombria, Frank se abre com Matt sobre sua angústia em uma troca assustadoramente sincera durante a 2ª temporada de Demolidor. O peso emocional dessa interação, particularmente a cena do cemitério, eleva o personagem de Frank, exibindo sua vulnerabilidade de uma forma que é rara para muitos personagens masculinos tanto no Universo Cinematográfico Marvel quanto na vida real. Ele confronta sua dor de frente, expressando a profundidade de sua tristeza.
Por outro lado, Matt ainda não enfrentou a dor de perder seu amigo próximo, Foggy (Elden Henson).Devido a um salto temporal de um ano na narrativa, Matt parece ter seguido em frente; ele estabeleceu um escritório de advocacia próspero, nutriu um novo relacionamento e forjou conexões dentro de sua comunidade. No entanto, apesar desses sinais externos de progresso, Matt ainda está negando a si mesmo o processo de luto. Carregar o cartão de oração de Foggy serve como um lembrete pungente de seu amigo, mas não é um substituto para o luto genuíno. No final das contas, a incapacidade de Matt de confrontar sua perda está sufocando seu crescimento emocional.
Spoilers para Demolidor: Born Again Episódio 4, “Sic Semper Systema.”
Apesar da prisão de Bullseye e do aparente sucesso do sistema de justiça, o conflito interno de Matt continua sem solução. O que está causando sua dor contínua? Por que ele está relutante em compartilhar esse fardo, mesmo com alguém tão próximo quanto Karen? A única pessoa que consegue alcançá-lo é Frank, que o faz com intensidade não filtrada no Episódio 4.
Enquanto Frank confronta Matt, ele expõe a culpa crua que pesa sobre ele: “Você é culpado! Sim, essa culpa, essa vergonha, essa é minha casa, Red. Eu posso ver isso em você, eu posso sentir o cheiro disso em você. Está em você por todo lado…Você vem até mim com essa merda de salvar vidas, que tal aquele seu amigo? Você salvou a vida dele? Você o perdeu, não foi, Red?”
Em resposta, Matt insiste repetidamente, “Não é sobre ele”, lutando para convencer a si mesmo e Frank de seu distanciamento. No entanto, Frank sabe a verdade e tenta guiar Matt para reconhecer sua dor.”Você se odeia. Isso está te consumindo”, ele aponta. Ele pressiona Matt a pronunciar o nome de Foggy, esperando ajudá-lo a processar a dor trancada dentro dele. Em um raro momento de revelação emocional, a fachada de Matt começa a rachar, lágrimas escorrendo pelo seu rosto enquanto ele encara a verdade que ele suprimiu por muito tempo.
De fato, eles ainda divergem em métodos e crenças — Frank defende uma abordagem letal à justiça, enquanto Matt se apega a seus ideais. No entanto, ambas as perspectivas contêm a verdade. O conflito essencial está na necessidade de Matt de confrontar suas emoções sem sacrificar sua integridade moral para apaziguar a dor que ameaça consumi-lo. Se ele continuar nesse caminho de negação, ele corre o risco de uma transformação perigosa. O reconhecimento da importância de Foggy em sua vida, talvez articulada por meio de seu nome, pode sinalizar um passo fundamental em direção à cura.
O que o futuro reserva para Matt Murdock se ele falhar em confrontar esses demônios? Só o tempo dirá.
Deixe um comentário ▼