Dar descarga é um ato cotidiano. Dificilmente pensamos duas vezes. Mas agora, um novo estudo perspicaz pode levar-nos a reconsiderar algumas crenças sobre a higiene da casa de banho. A Universidade do Arizona e a empresa de pesquisa Reckitt Benckiser conduziram este estudo. Os detalhes, publicados no American Journal of Infection Control, sugerem que, independentemente de fecharmos a tampa do vaso sanitário antes de dar descarga, os vírus ainda podem acabar nas superfícies próximas.
Primeiro, vamos ver por que esse tópico é importante. Os cientistas iniciaram a sua investigação com uma pergunta simples: “fechar a tampa da sanita interrompe genuinamente a distribuição de germes?” descobertas surpreendentes.
Dar descarga com a tampa abaixada pode não impedir que os vírus cheguem às superfícies próximas
Os pesquisadores usaram um vírus inofensivo no estudo. Este vírus é denominado bacteriófago MS2. É seguro e se comporta de maneira semelhante a muitos vírus causadores de doenças. O vírus foi introduzido em vasos sanitários de residências e banheiros públicos.
Em seguida, os cientistas deram descarga nos vasos sanitários com a tampa levantada e abaixada. O objetivo deles era rastrear onde o vírus chegou e até onde se espalhou. Para isso, coletaram amostras de diversos pontos como assento, alça, chão e até mesmo do ar.
Ao analisar essas amostras, eles concluíram:
1. A posição da tampa do vaso sanitário – para cima ou para baixo – não teve impacto significativo na contaminação viral.
2. Após cada descarga, encontraram vírus em diversas superfícies.
3. Quando os sanitários foram limpos com desinfetante, houve uma redução considerável na presença do vírus.
O ato de dar descarga cria uma “pena de vaso sanitário”, um spray de gotículas que pode transportar micróbios para o ar. O estudo descobriu que, independentemente de a tampa do vaso sanitário estar para cima ou para baixo, essa pluma pode espalhar contaminantes.
Estas descobertas têm implicações essenciais, especialmente em ambientes de saúde onde o controlo de infecções é vital. O estudo sugere que a manutenção das estratégias de higiene dos banheiros precisa ser reconsiderada. O foco não deve ser apenas fechar as tampas dos vasos sanitários, mas também garantir uma limpeza regular e eficaz com desinfetantes.
O que isso significa para você ou para os gerentes das instalações?
O segredo é priorizar as rotinas de limpeza e usar os produtos certos. Um hospital poderia considerar a desinfecção mais frequente dos banheiros ou até mesmo repensar o design dos banheiros para minimizar a propagação da pluma.
Pelo lado positivo, o estudo descobriu que a limpeza com um desinfetante reduziu a contaminação viral no vaso sanitário em mais de 99,99% e na escova em 97,64%. Portanto, se alguém na casa não estiver bem, especialmente com uma doença estomacal, usar um desinfetante durante a limpeza ou antes da descarga pode ajudar a reduzir a propagação da infecção para outras pessoas.
Os resultados deste estudo podem estimular a inovação no design de banheiros. Os fabricantes podem procurar desenvolver vasos sanitários que restrinjam o efeito pluma ou incorporem superfícies antimicrobianas. O conhecimento deste estudo também é crucial para campanhas de saúde pública. Podem incorporar estas descobertas e educar as pessoas sobre práticas de higiene eficazes que vão além do simples conselho de “fechar a tampa”.
Charles P. Gerba, Ph.D., professor especializado em estudos de vírus na Universidade do Arizona e principal autor do estudo, enfatizou as descobertas da pesquisa. Ele deixou claro que simplesmente fechar as tampas dos vasos sanitários não é muito eficaz para impedir a dispersão de partículas virais. Ele também destacou o papel crítico do saneamento regular dos sanitários para minimizar a contaminação e prevenir a propagação do vírus.
Da próxima vez que for dar descarga, lembre-se de que não se trata apenas de abrir ou fechar a tampa do vaso sanitário. É uma ligação ampla e intrincada entre diversas práticas de higiene que, quando trabalhadas em conjunto, ajudam a manter a nossa segurança.
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